Domingo lindo

Domingo de sol, convite para lavar algumas peças de roupas, colocar outras de molho, dar um trato nos panos de prato e toalhas de mesa. 
Agora, a chuva. Já deve estar tudo seco, ainda bem.
Domingo de Ramos. Há quanto anos não vou à igreja!
Há quantos anos não faço minhas orações frente a um altar!
Muitos. Não que tenha perdido a fé, desacreditado.
Rezo um terço todos os dias, desde os meus 16 anos de idade.
Por conta de uma promessa, das tantas que fiz na vida.
De uns anos para cá, parei de fazê-las.
Um padre me abençoou uma vez, quando fui pedir-lhe parecer sobre uma promessa da qual tive que voltar atrás...Mas pedi o aval dele, afinal, o representante de Deus na Terra.
Esse era mesmo. Um padre no pleno significado da missão. Ele colocou as mãos sobre minha cabeça e exatamente não me lembro que palavras usou, mas disse-me algo como "Deus sabe das suas necessidades e não negocia com você. Promessas acalmam nosso coração, mas Deus nos dá o que precisamos, se realmente precisamos". E eu fui em paz, livre, leve.
Hoje faço pequenos "propósitos", me abstendo de algo. Mas cada vez menos. Agora, creio, sei "falar" com Ele, sinto-me mais ouvida, mais protegida. 
E a chuva parou.
Minha casa é sob pilotis e numa das vezes que desci a escada, fui cantando, homenageando o dia, que realmente estava lindo. 

Domingo lindo,
Tarde de sol, pego o anzol,
Ligo a lancha, vou navegando,
Para o farol.
Mal eu chego,
Vejo e sossego, o mar nem pisca.
Estufo o peito,
Faço pose, jogo a isca.
Mas os peixes não querem cooperar,
Se eu não pescar nenhum,
Com que cara vou ficar?
Vou depressa
E compro um peixe no mercado,
E enquanto o sol no céu, vai sumindo,
Eu volto sorrindo.
Mal um broto me vê passar,
Ouço sempre ela falar:
Se ele é um bom pescador,
Serve pra ser meu amor...
(falado)
Enganei todo mundo,
Comprei o peixe,
Enganei até o broto.
(A pescaria -Erasmo Carlos)

Bons dias, onde os rapazes queriam "fazer bonito" pra uma garota. Hoje fariam um discurso sobre "o macho dominador que usa de subterfúgios para enganar a mulher, como se ela fosse uma presa fácil e blá blá blá...
(Post sem pé nem cabeça, apenas para espairecer). 



Eis-me!

Nem sei se sei "blogar" ainda. 
Alguns amigos ainda escrevem regularmente em seus blogs, mas eu perdi o pique.
Tanta coisa acontecendo nesse mundão, né?
E aqui no Brasil estamos em polvorosa.
Um governo ainda "experimental", custando a decolar.
Também, numa situação dessas, com a bagunça que encontrou no país, será quase um milagre conseguir governar.
Mas mil vezes isso a  ficar do jeito que estava.
Nem é um post sobre politica. Apenas para me situar.
Saudade de muita gente que não vejo no Facebook ou no Instagram.
Saudade da interação que há entre blogueiros.
Blogueiro de sucesso, agora, me parece que são os que abordam temas da política, ou sobre a vida dos artistas, ou ainda as blogueiras que falam de moda, as "digital influencers", ou sei lá eu como se chamam!
Eu continuo afiada, mas mais cansada.
Chega de beber, comer, dormir, sonhar política, só detonando. Nenhum ato bom aparece ou são invisíveis?  Tá. Olha eu, de novo, na política...
Daí que a visibilidade no Face ou no Insta é maior, sim, mas esse cantinho me faz falta. 
Sempre quis ser blogueira de um tema só, mas é tanta coisa a dizer, a comentar, a contar, e nem sei em que sou "especialista", então por agora, só ficarei no blá blá blá aleatório mesmo.
Quem está por aqui?
Olá! Alô! hello!

Depende de nós

Há tanta coisa para escrever, os assuntos pululam, mas nem sempre interessantes.
Nossa crise política dá margem a muitas páginas escritas, mas cadê vontade?
Primeiro que minha estupefação é tamanha que a raiva supera o ponderamento. Não adianta falar, cada um tem sua opinião formada e tudo vira discussão.
Uma pergunta me persegue: quem vai escrever esta parte da História?
Como será escrita?
Se uma parte acha que o impeachment foi golpe e outra não.
Se alguns acham que só estão perseguindo petistas, enquanto todos os partidos têm seus bandidos também?
Eu parto da seguinte figura: tem bandidos dentro da sua casa. Sua casa já tinha sido invadida outras vezes, mas você nunca conseguiu pegar o bandido. Agora, você pegou alguns, com a boca na botija.
O que há a ser feito? Prendê-los, obviamente.
Provar sua culpa, prendê-los, julgá-los e condená-los, por certo.
O que nem sei se acontecerá...
Então, aos bandidos atuais, a prisão.
E aos que entraram antes na sua casa, também o mesmo processo, mas não vamos misturar as coisas.
Não consigo entender quem ainda defende essa gente que saqueou o Brasil.
A bem da verdade, todos que passaram pelo poder o fizeram, de alguma maneira.
Não salva nenhum?
Pode ser que sim, mas não é hora de procurar no palheiro. Temos que exterminar da vida pública todas as gerações desses pulhas.
Algumas pessoas, bem poucas, se afastaram de mim por causa do pt, e estas me fazem falta.
De outras, poucas também, me afastei.
Não porque pensam diferente de mim, mas porque escolheram o mesmo caminho de mentiras, de postagens falsas, caluniosas.
Ninguém tem que defender essa corja, está tudo muito claro.
Este 2017 foi um ano pesado para nosso Brasil, algumas coisas se aclarando, outras ainda no escuro.
Não adianta brigar, espernear, xingar, criar inimizades.
Como se diz sempre, nem Jesus foi unanimidade. Até Jesus foi perseguido, desacreditado, condenado injustamente.
Mas achar que a condenação de lula é injusta, e de tantos outros que estão em liberdade vigiada, ainda com privilégios, é subestimar a minha capacidade de discernimento.
Chega de lamentos, chega de cada um pensar de uma maneira, visando o seu lado, esquecendo do bem comum.
Um país se faz com seu povo, com o imposto enorme que se arrecada e nada é feito.
Responda-me, se puder: com tanto dinheiro desviado, roubado, mal aplicado, - falo de bilhões, não de míseros milhões, - você sabe que o dinheiro existe. E ainda aceita que não foi roubo?!
Que nome se dá, então?
Há muito a esclarecer, muitos a pagar, muitos a serem condenados, mas ainda falta muito para que o Brasil mude.
Tem que começar por nós. Os que não têm os privilégios dos políticos.
Desejar um ano de 2018 bom para todos é desejar empregos, oportunidades de educação, profissionalização, um lugar aso sol para os nossos jovens.
Depende de cada governante.
Se cada prefeito, cada governador, o presidente, tiverem boa vontade, tudo vai melhorar. Pelo menos começar a melhorar.
"Paz na Terra aos homens de boa vontade"!

https://youtu.be/Kd6FOU6NGZc

Um dia de cada vez

A vida dá umas reviravoltas, de vez em quando.
A calmaria é para poucos.
Há dias serenos, mas há dias agitados.
Sempre se diz que isso é bom, que rotina é que deixa a vida sem graça.
Mas é difícil encarar as novidades, quando elas não são boas.
A gente quer que tudo sempre corra bem, seja novo ou velho. Surpresas boas, sempre. Acontecimentos bons, sempre.
Ninguém quer sofrer, ninguém quer seu mundo de pernas para o ar.
Mas que bom que não foi um terremoto.
Que bom que não foi uma fatalidade.
Que bom quando tudo acaba bem!
Por isso resolvi não fazer planos. Viver um dia de cada vez.
E ser sempre otimista.
Hoje houve percalços, amanhã será diferente.
De preferência, diferente e bom.
Só não pode deixar o riso sumir, a tristeza chegar.
É preciso sempre confiar.
Um dia de cada vez.




Coragem

O DIA EM QUE EU MORRI
Vou contar como tudo aconteceu.
A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono.
Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável.
Passei a não saber lidar com as mudanças.
Elas me aterrorizavam.
Depois vieram outras mortes.
Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes.
Morri no dia em que meus lábios disseram, não. Enquanto o meu coração gritava, sim!
Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade por pura falta de disciplina.
Morri no dia em que me entreguei à preguiça.
No dia em que decidi ser ignorante, bulímica, cruel, egoísta e desumana comigo mesma.
Você pensa que não decide essas coisas?
Lamento. Decide sim!
Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas e alienação intelectual, emocional, espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer.
Morri no dia em que decidi ficar em um relacionamento ruim apenas para não ficar só.
Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura.
Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor.
Confundi relacionamento com posse e ciúme com zelo.
Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis.
A pior delas? Eu mesma.
Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões.
No dia em que prestei mais atenção às minhas rugas do que aos meus sorrisos.
Morri no dia que invejei , fofoquei e difamei.
Sequer percebi o quanto havia me tornado uma vampira da felicidade alheia.
Morri no dia que acreditei que preço era mais importante do que valor.
Morri no dia em que me tornei competitiva e fiquei cega para a beleza da singularidade humana.
Morri no dia em que troquei o hoje pelo amanhã.
Quer saber o mais estranho? O amanhã não chegou.
Ficou vazio… Sem história, música ou cor.
Não morri de causas naturais.
Fui assassinada todos os dias.
As razões desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos.
Mas ainda assim foram decisões.
O mais irônico de tudo isso?
As pessoas que vivem bem não têm medo da morte real.
As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora já estejam mortas.
É dessas que me despeço.
Assinado:
A Coragem
(Texto de Lígia Guerra)

(Depois de meses sem escrever, venho com um texto forte. Mas que dá para a gente parar e refletir. E isso é bom.)

Dia das Mães é todo dia!

Toda mãe fala que Dia das Mães é todo dia.
Toda mãe fala que não quer presentes, quer respeito, carinho, educação. Mentira. Nem todas. Há as que fazem questão de ganhar.Como se matéria significasse alguma coisa. Eu me sinto constrangida, porque faço aniversário menos de 2 semanas antes e penso no "prejuízo" dos filhos. rs
Marido não é filho, muitos usam essa fala para se isentarem de presentear, mas a mulher dele é a mãe dos seus filhos. Acho justo que presenteiem-nas. Se elas fazem questão.
Sou a pessoa mais fácil para darem um presente, ou a mais difícil. Porque o valor em si nada significa para mim. Sou simples, mas complico. Não é o preço do presente que me conquista, mas sua utilidade para mim. Não sou de frufrus, de enfeites, de coisas muito pessoais, como peças de vestuário, sapatos, bolsas, etc. 
Não me deem presentes achando que vão me agradar, porque eles nada representam se seu coração não for meu! Prezo muito mais o carinho, o amor, a atenção, a compreensão. 
Mas isso é conversa fiada, que não leva a nada. 
Outro dia encontrei, no Facebook, como lembrança, um texto do ano passado, quando da morte da mamãe. Foi um período quase surreal, nunca me "caiu a ficha" o tamanho da dor que foi vê-la ir-se. Eu e ela, sozinhas no quarto. Olho para ela, seu peito sobe e desce. Baixo os olhos para o sudoko que fazia, levanto os olhos num outro segundo, o peito não se mexe. Ela se foi sem um som, sem um movimento. E essa lembrança acompanha meus dias, mas supero a dor, às vezes. Em outras, choro e lamento, mas sei que ela está muito bem, muito melhor do que imóvel, naquele cama de hospital. 
É uma dor que se modifica, mas não passa.
Foram muitos anos com ela, eu era dela desde os seus 24 anos, ela era minha a vida toda!
Nem sempre vivemos num mar de rosas, mas ela me ensinou a ter-lhe respeito e por mais brava que eu tenha sido com ela, quando ela já começava a dar sinais de cansaço, com mais de 83 anos, sei que fiz por amor. Era brava com ela quando ela era birrenta, quando desafiava, não se conformando por estar perdendo o terreno, cansada demais para gerenciar uma casa e dois filhos dependentes dela. Fui "a" chata, mas fui uma companheira presente e lhe dei o máximo que pude dar, embora ela merecesse muito mais!
E escrevi o texto abaixo há mais de 1 ano, no momento do auge da minha dor. 
Aqui ficará guardado.   

"Obrigada a todos os amigos que me abraçaram. Muita da força que tive nesses quase 15 meses veio dos momentos que passava aqui, me distraindo com vocês. Quem me acompanha sabe o que passamos. Mas nunca perdemos a força e minha mãe teve um tratamento vip, como merecia. Mãe que é mãe merece tudo. Ser mãe não é ter barriga. Ser mãe é amar, cuidar, se importar. E ela teve o privilégio de ter 10 barrigas e ainda abrigou no coração mais uma. Ela era chata, mandona, centralizadora, intolerante a muita coisa, deixou que a amargura de uma vida nada fácil a contaminasse em muitos momentos, mas jamais perdeu o interesse em nos ver bem. Ela foi uma grande mulher, em todos os sentidos. Não era de abraços, de beijos, mas quando nos dava a sua bênção, sabíamos que estávamos protegidos. Perdeu o pai ainda menina, 13 anos, e mesmo não sendo a mais velha, ficou à frente da família. Aos 20 anos já era mãe, seu melhor papel.
Era bonita, por dentro e por fora, era prendada, tudo que fazia era bem feito. Era medrosa e nos dava forças. Era imperfeita e era a mais completa figura de mãe. 
Nesses últimos meses falei por toda a vida o que não tinha falado diretamente. O quanto a amava. Vou ter milhares, milhões de boas lembranças e muito poucas lembranças nem tão boas. Ruins, nenhuma. Sou muito parecida com ela, não fisicamente, não nos talentos, mas no temperamento em geral. Herdei dela ser mandona, achar que o que faço é melhor, ser trabalhadora, ser amiga, ser abrigo, ser certeza de amparo.
"Você jamais saberá, querida, a falta que você faz em mim..."
Mãe, AMA!




Este AMA! tem uma história, que conto aqui https://sem-medida-lucia.blogspot.com.br/2012/03/ama.html

Que meus dias sejam sempre "das mães", na alegria de ter o respeito e a companhia dos meus filhos.
E que todas as mães possam ter a mesma alegria que eu, em ter tido um exemplo de mãe em suas vidas e ter filhos que valeram a barriga que carregamos, as noites passadas em claro, a tortura de vê-los doentes, os medos por suas escolhas pela vida afora. Feliz todos os dias para nós!

Os blogs acabaram?

Acho que não. Apenas passou o período do "boom". Muitas pessoas desistiram de blogar, mas muitas ainda continuaram e novos blogs surgem. 
Eu não posso parar de escrever, mesmo agora tão pouco, porque foi o blog que me mostrou "um  monte" de gente interessante, algumas conheci pessoalmente e só reforçaram a amizade verdadeira, ainda que virtual.
Mexi na minha lista de seguidores e muitos da minha lista de blogs preferidos, porque quero reavaliar.
Reforçar os que sei que são amigos, não preciso. Mas também não quero ficar na lista de alguém que não vem aqui, "me visitar". 
Para isso, tenho também que "visitar" os meus, re-estabelecer conexões, alguns não estão no Facebook e se não for através do blog, perco de vista. 
Mas tá difícil escrever, né?
A gente consegue falar do arco-iris, mas fala também do momento desastroso que o Brasil está vivendo.
Sinceramente, admiro quem consegue "passar batido", jamais comenta, nem contra nem a favor.
E as inimizades que se estabeleceram? Muito triste e assustador.
Não podemos nem devemos nos atormentar,tentar "abrir a cabeça" de uns e outros, mesmo porque não somos iguais e que ruim o mundo seria, se assim o fosse.
É por sermos diferentes que,ao longo da vida, existiram tantos "monstros", tantos assassinatos "permitidos", em nome de uma ideologia. 
Falar de diferenças é criar mesmo confusão, pois cada um é imbuído de suas ideias e não aceitá-las é natural, por isso melhor nos afastarmos do que ficar de "bate-boca", num grau de exasperação que beira a falta de educação. 
Por isso a máxima sempre existirá: futebol, religião e política não se discutem! 
Agora acrescento: não se fala mais de feminismo.
De como criar filhos.
De amamentar, fazer cesárea, ou não. 
Tudo vira briga, "eu sei do que estou falando"; "vivi isso na pele"; "cientificamente falando"; tanto blá, blá, blá, cada um querendo saber mais do que o outro.
O Facebook deixa as pessoas corajosas, até mal-educadas.
O blog é mais contido, as pessoas opinam sem agredir. 
Enfim, eu vou continuar escrevendo, por ser uma paixão.